sábado, 3 de julho de 2010

"Bolhas de Sabão"

(Guerra - Caneta BIC, com as cores invertidas)

Em minhas experiências de locomoção no mundo onírico senti que a vontade é mais relevante do que consciência física. A consciência do "ser" é mais importante do que a consciência do "corpo".
É difícil descrever como me desloco de um ponto a outro enquanto sonho. Às vezes parece que me propago; às vezes sinto como se saltasse entre cenários distintos; às vezes simplesmente deslizo pelo caminho; às vezes vôo.

Voar durante o sonho é compartilhar parte da sabedoria e da beleza das bolhas de sabão. Trata-se de uma experiência existencialista.
Uma bolha de sabão é uma forma perfeita e única que simplesmente voa. Ela não possui asas ou aerodinâmica. Inclusive, me vem à mente um filme chamado “A Fonte da Vida”. Neste grande filme Hugh Jackman interpreta um astronauta que viaja até uma nebulosa onde há uma estrela que está morrendo (chamada pelos Maias de Xibalba, onde teoricamente é o mundo dos espíritos). Sua nave espacial é uma bolha transparente (uma espécie de bolha de sabão). É um filme que fala sobre a morte em todos os aspectos e me pareceu genial utilizar-se da metáfora das estelas e das bolhas de sabão. Estrelas e bolhas de sabão têm muitas coisas em comum. Voar durante um sonho é ser um pouco estrela; é ser um pouco bolha de sabão; é ser livre; é ser vontade; é ser único; é ser efêmero.
Conforme falou Zaratustra:
“E mesmo eu, que estou voltado para a vida, acho que as borboletas, as bolhas de sabão e o que se assemelha a elas entre os homens são o que melhor conhece a felicidade.”
O desenho acima retrata um sonho que tive há algum tempo.

Guerra

Havia uma guerra e eu voei através de campos de batalha. Voei até o templo no alto da montanha. O templo parecia deserto, mas abrigava alguns refugiados assustados e eu temia por eles. Eu conhecia o templo e a montanha. Os soldados me seguiam a pé. Os soldados não me encontrariam. Eu voava em meio a cavernas. Eu voava, conhecia o templo e a montanha. Os soldados jamais me alcançariam. Havia um baú em uma das cavernas.

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