(Smoke - Grafite)
Ontem, em uma despretensiosa conversa sobre o sentido da vida, me
lembrei de alguns de meus primeiros registros oníricos. Eles nao possuiam
imagens (mas possuiam algo de vermelho, verde e azul em meio a escuridao); eles
nao possuiam palavras (mas possuiam sons indistinguiveis). Eu nao era eu, nao era
um individuo, nao era nada. Nesses sonhos eu era apenas uma particula de
consciencia perdida em meio a sons e dimensoes que as vezes se contraiam gradualmente
do infinitamente grande ao infinitamente pequeno; as vezes se expandiam gradualmente do
infinitamente pequeno ao infinitamente grande. A sensaçao era aterradora e tudo
o que eu mais quería era simplesmente “ser” - queria ser algo mais do que essa particula em
um universo em constante expansao e contraçao. Queria deixar de ouvir os
ecos indistinguiveis dos sons do
infinito.
Nao tenho ideia de quem fez as regras,
mas estou seguro de que pedi para nascer. Pedi para ser e estar, mesmo que por
um tempo limitado. Talvez a vida e a consciencia sejam algum tipo de ferias! (e, quem quer que seja o chefe, estou grato
por ter meu pedido atendido!)
Quando sonho nao sei onde estou. Nao
sei se estou no meu corpo ou fora dele. A ideia de consciencia fora do proprio
corpo é interessante. Se é possivel por um momento, talvez seja sempre
possivel. Onde esta nossa consciencia?
As vezes meus olhos se perdem quando
encontram outros olhos. As vezes meus pensamentos viajam e se dissipam com a
fumaça do cigarro. As vezes minha consciencia voa e me deixa sozinho. Me
pergunto se algo da minha consciencia ficou naquele momento fora do tempo. Me
pergunto se existe aquele lugar onde eu nunca estive, mais além da fronteira
entre a imaginaçao e a memoria.
Sei que é possivel perder a memoria.
As vezes até a imaginaçao se perde. Talvez algo da minha consciencia tenha se
perdido buscando essas memorias e essas imaginaçoes. Talvez algo de mim siga
voando com aquele passaro. Talvez algo de mim siga fllutuando e contemplando
aquela nuvem branca, densa e distante.
DONDE
A
donde estas cuando te vas?
En
que lugar estas en el paisaje
que
pasa mientras miras por la ventana?
Con
quien caminas cerca del mar
mientras
haces el café por la mañana?
Estas
en primavera o en verano?
Estas
en invierno o en el otoño?
Donde
estas mientras estas en tu sueño?
En
que ilusión esta tu realidad?
En
que año? Con que edad?
Que
música sonaba en tus oídos
mientras
la lluvia caía?
A
donde brillan los recuerdos del sol
en
medio a la noche fría?
El dia de hoy
te acuerda que día?
A
donde iba tu mirada?
De
donde viene tu sonrisa
desconocida?
En
la gente presente
la
gente ausente se
viene y se va.
No
sé a donde estuve
cuando
me olvide aquel sueño,
aquella
canción,
aquella
poesía.