.............................................(9:03 - caneta BIC)
Esse não foi o primeiro sonho que tive, nem o primeiro sonho que desenhei. Entretanto é um sonho que representa o início, conforme explicarei mais adiante. Existem diversos tipos de sonhos e resolvi desenhar os mais intensos que tive. Os desenhos são imaginativos e servem principalmente como uma referência à minha fraca memória. Representar um sonho através de qualquer tipo de arte é extremamente difícil tendo em vista a infinidade de sons, imagens, sensações e sentimentos envolvidos. Do opulento banquete oferecido no mundo onírico não somos capazes de trazer à realidade nada além de míseras migalhas.
O que compartilho com vocês trata-se de uma fração mínima de um espetáculo atemporal no qual fui palco, autor, diretor, todos os artistas e o único membro da platéia. É necessário levar em consideração que o mundo onírico é o mundo das infinitas possibilidades. Nas palavras de Cícero (106-
Portanto, partindo do princípio de que o sonho é a máxima expressão da liberdade, busquei manter o máximo de isenção no tocante as possíveis interpretações. Conforme declarou Friedrich Hebbel, dedicado estudante de sonhos, “Nos sonhos a fantasia vinga-se da razão, esse desavergonhado diabrete.”
9:03
Sonhei que estava em uma ilha. Fui levado à praia, de onde era possível contemplar o mar. Na linha do horizonte havia diversas pequenas ilhas. Havia silêncio e paz em meio à majestosa paisagem litorânea. O sol estava presente, mas não era visível. Podia ser tanto poente como nascente. O céu apresentava tons que se iniciavam na noite em busca (ou em fuga) do azul celeste, do amarelo, do laranja e do rosa, em meio a uma névoa serena. As estrelas, tão contemplativas quanto eu, pairavam sem vento.
Em meio a este cenário insólito (algo me dizia se tratar da região do Caribe), fui informado que as pequenas ilhas no horizonte representavam momentos específicos no tempo (marcadores naturais) e que o tempo havia se iniciado as 9:03.
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